segunda-feira, 11 de maio de 2009

Princípios básicos da formação da imagem radiográfica:

As radiações ionizantes têm sido utilizadas para fins de diagnóstico clínico desde 1885. Radiações ionizantes são aquelas que extraem elétrons da matéria, ao incidirem sobre a mesma, produzindo íons. São exemplos de radiações ionizantes as partículas alfa, beta e neutras, bem como aquelas que são ondas eletromagnéticas, como por exemplo as originadas de aparelhos produtores de raios-X, radiações gama e aceleradores lineares.
O uso de radiação ionizante, freqüentemente os raios-X, para produzir a transmissão da imagem de um objeto em um material fotossensível (normalmente filme), é chamado de radiografia. A radiografia, o registro final da imagem, acontece em uma película especial, por um processo fotográfico, embora muitas vezes esqueça-se que a fotografia é a base da radiografia, conforme será visto a seguir.
Os raios-X, assim como a luz visível, irradiam-se a partir de fontes, em linhas retas, em todas as direções, até que sejam detidos por uma superfície absorvente. Por este motivo, o tubo de raios-X está situado em um alojamento de metal, blindado, que detém a maioria da radiação X. Somente uma pequena quantidade de raios úteis saem do tubo, através de uma janela ou abertura na estrutura do mesmo. Estes raios constituem o que se chama de feixe primário. O centro geométrico do feixe primário é chamado de raio central.
Uma das principais propriedades dos raios-X é a sua capacidade de penetrar na matéria. Entretanto, nem todos os raios-X que penetram na matéria contém energia suficiente para atravessá-la. Uma boa parte dos raios que penetram na matéria são por ela absorvidos, enquanto que o restante dos raios a atravessam. Tecnicamente, diz-se que os raios que atravessam determinado corpo são por ele transmitidos. O fator determinante da quantidade de raios-X que serão absorvidos e a quantidade que será transmitida (atravessará) em determinado material é, fundamentalmente, a densidade deste material.
Assim, quanto mais denso o material, menor será a quantidade de raios-X que o atravessará, ou seja, menor será o seu índice de transmissão. Por outro lado, materiais menos densos absorverão menos raios-X, tendo maior índice de transmissão. Porém deve-se levar em conta que o corpo humano é uma estrutura complexa, constituída não somente por diferentes materiais, mas também por diferentes espessuras. Por exemplo, o osso apresenta uma dificuldade de transmissão de raios-X maior do que o tecido macio. Por isso, o osso absorve mais raios-X, e deixa passar menos deles, do que o tecido macio.
Deduz-se, desta forma, que conforme o feixe de raios-X emerge do corpo, diferentes áreas do feixe contém diferentes intensidades de radiação, pois cada raio-X passou por um tipo diferente de tecido (em densidade e/ou espessura). Este padrão invisível de diferentes intensidades de raios-X é chamado de imagem aérea, que não é nada mais do que uma "sombra" radiográfica da parte do corpo que foi exposta à radiação.
Para que o processo possa ter utilidade prática para a Medicina, é necessário que se possa fazer um registro visível desta imagem. Isto é conseguido através do uso de filmes fotográficos sensíveis aos raios-X. Os filmes radiográficos planos modernos são compostos de uma película plástica transparente, recoberta nos dois lados por uma emulsão sensível à luz e aos raios-X. Tal emulsão, quando atingida pela luz ou por raios-X, sofre uma modificação físico-química. Quanto maior a intensidade de raios-X ou luz que atingem a emulsão, maior é a modificação que a mesma sofre.
Sendo assim, esta é a forma atualmente usada para converter a imagem aérea, invisível, em uma imagem radiográfica visível. Para que a imagem impressa no filme radiográfico fique acessível, o mesmo precisa, ainda, passar por um processo de revelação. Neste processo, as modificações físico-químicas sofridas pela emulsão, em seus diversos níveis de intensidade, dependendo do padrão de intensidades de raios-X da imagem aérea, convertem-se em uma figura visível. No filme já revelado, quanto mais enegrecida for a região, menor é a sua densidade. Por outro lado, quanto mais branca for a região, maior é a sua densidade.
Tomando-se um filme radiográfico, então, as regiões brancas são as regiões ósseas, e as regiões mais pretas representam tecidos muito macios. Toda variação no filme radiográfico, em escalas de cinza, do preto ao branco, traduz variação de densidade do tecido sob análise.
Quando se utiliza filmes radiográficos diretamente para produzir imagens radiográficas, observa-se que o efeito completo só é conseguido após um tempo de exposição razoavelmente demorado aos raios-X, visto que a sensibilidade dos filmes aos raios-X é pequena, quando comparada à sua sensibilidade à luz. A fim de aproveitar esta característica, então, utiliza-se um dispositivo chamado de ècran, que tem a propriedade de tornar-se fluorescente quando se incide sobre o mesmo uma pequena quantidade de raios-X.
Colocando-se o filme radiográfico entre duas lâminas de ècrans e incidindo-se sobre este conjunto um feixe de raios-X, forma-se a imagem no filme de maneira muito mais rápida e sensível. Isto é devido ao fato de que os ècrans, situados em ambos os lados do filme, ficam fluorescentes ao receberem a radiação. O conjunto ècran-filme-ècran é mantido agrupado dentro de um dispositivo, à prova de luz, para protegê-lo durante o transporte de um local para outro, onde será exposto. Este dispositivo recebe o nome de chassis.
Com este artifício, consegue-se reduzir a exposição do paciente aos raios-X, sem que se perca a qualidade da imagem radiográfica, já que a pouca sensibilidade do filme aos raios-X é compensada amplamente pelo brilho luminoso dos ècrans.
Desde a descoberta dos Raios-x sabe-se que os mesmos são dotados da propriedade de provocar fluorescencia em certos cristais, tais como platino cianeto de bários, tungstato de cálcio, sulfureto de zinco, etc.
Por ser ainda objeto de estudo na época (1895), não era ainda bem aproveitada esta propriedade física dos raios-x. Graças, porém, a um grupo de pesquisadores laboriosos, que pouco a pouco foram aperfeiçoando as descobertas de Roentgen, tornaram os écrans completamente indispensáveis, quer em radioscopia, quer em radiografia.
A luz produzida pelos écrans, quando excitados pelos raios-x, irradiará na direção do filme, auxiliando, com a sua luz, a ação dos raios-x sobre a emulsão sensível da película. Logicamente a luz emitida pelos écrans será de variadas intensidades, dadas as diversas resistências oferecidas pelo objeto. Os écrans fluorescem em quantidade proporcional aos raios-x que neles incidem. Se assim não fosse, isto é, se a luz emanada dos écrans fosse de igual intensidade, certamente excitaria o filme por igual, sem, contudo gravar a imagem.
Se os écrans fluorescem proporcionalmente aos raios-x que neles incidem, deduzimos também, que aumentando-se os fatores elétricos aumentará a luminosidade dos mesmos e vice-versa. O écran é uma peça cartonada, revestida em uma das faces por uma substância à base de um sal denominada tungstato de cálcio, sendo este sal o que melhores características apresenta para o fim que se destina. Sobre a camada de tungstato de cálcio, outra camada de uma matéria impermeabilizante (celulóide) é colocada para proteger o écran.
Além dos raios-x determinarem maior luminosidade dos écrans, outro fator também contribui para a florescência se tornar mais ou menos intensa e este fator é a espessura dos grãos de tungstato de cálcio. Quanto mais grossos forem os grãos, tanto mais velozes são os écrans.
Se expusermos dois écrans aos raios-x, um com a camada de tungstato de cálcio de grãos mais grossos que outro, os de grãos mais grossos concederá mais, conseqüentemente atuará sobre a emulsão sensível do filme com maior velocidade.
Os écrans dividem-se em dois grupos: écrans intensificadores e écrans fluoroscópios.
Écrans intensificadores, também chamados de écran reforçadores, têm função de intensificar ou reforçar a ação dos raios-x sobre a película radiográfica e se dividem em normais, rápidos e ultra-rápidos.
Os normais intensificam a ação dos raios-x em 10%, os médios em 20%, os rápidos em 40% e os ultra-rápidos em 60%.
Emprega-se o tipo de écran de acordo com a técnica a ser realizada, porém não tendo a disposição de todos os tipos, o que é muito comum, aconselha-se o uso dos rápidos que se prestam para todas as técnicas.
Os écrans que se encontram dentro do chassis não são da mesma espessura. O que fica na parte posterior do chassis chama-se écran de retrocesso ou écran posterior, o que fica na parte anterior é chamado de écran anterior ou écran de passagem. O posterior tem os grãos de tungstato de cálcio mais grossos do que o anterior e a razão disto é o que tentaremos esclarecer.
Como é de nosso conhecimento, ao ser feita uma radiografia, o filme é colocado dentro do chassis entre dois écrans, com as faces emulsinadas em íntimo contato com as faces revestidas dos écrans.
Excitados pelos raios-x, os écrans se iluminam, e como a emulsão do filme é sensível a luz, logicamente será excitada pela luminosidade dos écrans.
A imagem só será gravada pelos raios-x se estes incidirem diretamente sobre o filme. A face incidida pelos raios-x gravará a imagem, porém, a face posterior não gravará, porque ela mencionada face penas passam e não incidem. A face anterior do filme será excitada pelos raios-x e mais a luz do écran e a face posterior será excitada somente pela luz do écran posterior. Daí a necessidade do écran posterior ser de grãos mais grossos que o anterior, a fim de que a sua luminosidade seja de tal intensidade, que corresponde a duas forças que atuam na parte anterior, pois o efeito do écran sobre o filme principalmente o posterior, é devido à luz e não aos raios-x.
Os écrans intensificadores de tungstato de cálcio são apresentados na cor branca e quando excitados pelos raios-x emitem luz de cor violeta. Seus tamanhos correspondem aos dos filmes.
Com o uso constante e prolongado, os écrans tendem a perder sue poder intensificador, ou começam a apresentar fluorescencia retardada, prejudica o detalhe radiográfico, em conseqüência do velo que causa o filme.
A diferença entre a fluorescência e a fosforescência é que o fluorescência provem da atuação de algum elemento, que no caso seriam os raios-x e a fosforescência persiste por mais algum tempo, mesmo depois de cessada a atuação dos raios-x.
O écran é sensível, exigindo de nossa parte cuidados especiais. Não devem ser expostos à luz direta, vento ou poeira. O chassis só devera ser aberto para se colocar ou retirar o filme. Não tolera umidade, evitar sempre toca-lo com a mão. O suor produz mancha no écran. Não sopra-lo em hipótese alguma, havendo necessidade de retirar a poeira usar uma gaze bem macia e proceder à limpeza com delicadeza. Qualquer mancha ou ranhura que o écran apresentar será gravada no filme, dando impressão de lesão, cálculos, etc, obrigando-nos em muitos casos a repetir a radiografia com outros écrans, a fim de fazer-se comparações e tirar dúvidas.
Os cuidados acima descritos devem ser levados em consideração pelo técnico, e não deixar de coloca-los em prática, para que os écrans estejam sempre em condições de auxilia-lo a produzir boas radiografia.
Vantagens dos écrans intensificadores: as radiografia feitas com auxílio dos écrans intensificadores requerem em média 20 kV a menos do que as radiografia feitas com filmes Non Screen (filmes sem auxílio dos écrans). Em conseqüência dessa redução na kV, o paciente é favorecido por receber menos radiação, produzindo assim uma radiação secundária menor beneficiando o técnico e o médico radiologista, além de provocar menor desgaste na ampola de raios-x e menor consumo de energia elétrica.
As radiografia feitas com o auxílio dos écrans intensificadores apresentam mais contrastadas, porém menos detalhada que as feitas com filme Non Screen. O prejuízo de detalhe é insignificante comparado aos benefícios que presta.
Os écrans intensificadores podem ser considerados como meio de proteção contra os raios-x.
Écran fluoroscópios tem os grãos de tungstato de cálcio mais grossos que os intensificadores, razão pela qual fluorescem mais. Quando fluorescido emite luz de cor verde ou azul. O écran fluoroscópios tornou-se um método direto de exames pelos raios-x conhecido por fluoroscopia ou radioscopia.
A fim de proteger o écran contra a poeira, toque de mãos, umidade, etc, e proteger também o técnico e o aparelho, o écran é coberto por um vidro plumbífero, devido ao chumbo que entra na sua composição, só dá passagem à luz que emanado écran e não aos raios-x. Há écrans que em vez de tungstato de cálcio são recobertos por uma substância à base de um sal denominado sulforeto de zinco. No entanto não foi difundido seu uso pela extrema facilidade com que se estraga.

Estruturas do écran
O écran é formado por uma camada de microscópicos cristais de fósforos aglutinados por um agente atador adequado revestidas em uma camada lisa e uniforme de suporte plástico, papel ou papelão. Um revestimento protetor é aplicado nas superfícies externas destas camadas para evitar desgastes, umidade, manchas e para suporte para ajudar a manter o écran plano.
Os écrans terras raras do grupo 3B fosforado da tabela periódica dos elementos químicos cujos números atômico estão contidos entre 57 e 71, sendo a série dos lantanídeos em nº de 15, começando com o lantâneo, e a partir de um composto se produz os intensificadores de imagem (écrans). Esses atem nas propriedades de fornecerem fluoroscopia de ondas azuis que coincidem com as regiões de máxima sensibilidade dos filmes convencionais. Entretanto suas propriedades físicas são de elevada hidroscopicidade (umidade), e se desfazem rapidamente. Descobriu-se então os sais de gadolínio de alta resistência e de excelentes qualidades para se fazerem intensificadores de imagem e após 10 anos de uso permitiram a obtenção de écrans altamente confiáveis e superiores ao écrans de tungstato de cálcio, inclusive em sua alta vida útil. Sabemos que o gadolínio emite luz até 450 Nm (Nm = 10-7 cm nanômetros) e quando atingem 550 Nm ou mais passam a emitir luz verde ou sensível ao verde e para aproveitar esse pico utilizou-se o filme mais sensível (verde).

Filmes radiológicos

Radiografia: é o registro duradouro de uma imagem de raio-x. É feita em um filme especial através de uma revelação fotográfica. A radiografia abrange todos os elementos da fotografias. Energia radiante, a matéria a ser gravada, o filme fotossensível e o processo químico que torna a imagem latente visível e duradoura.

Composição

Gelatina: mantém o composto de prata na forma de microcristais de haleto de prata igualmente distribuídos. Fornece razoável durabilidade a emulsão antes da revelação porque é relativamente estável. Permite rápida revelação porque é facilmente penetrada pelas soluções.
Revestimento: cada gelatina tem um revestimento de material protetor para diminuir a possibilidade de danos à sensível superfície do filme.
Suporte: a base ou suporte do filme é um tipo de segurança composto de um plástico transparente geralmente tingido de azul. Fornece o grau adequado de força. Rigidez e planificação para o manuseio, boa estabilidade dimensional e absorve pouca água, o que é importante na revelação.

Revelação do filme radiográfico:
Atualmente, devido ao volume muito grande de filmes radiográficos que devem ser revelados em qualquer Unidade de Radiologia, utiliza-se máquinas automáticas para o processamento das películas radiográficas. O processo de revelação completo é composto de quatro etapas: revelação, fixação, lavagem e secagem.
· A revelação é a etapa na qual se estabelece a diferença entre as áreas do filme que foram expostas à luz e as que não foram. Portanto, das quatro fases é a mais delicada. Um resultado ótimo se conseguirá com o adequado balanço entre temperatura do revelador e o tempo de imersão do filme no mesmo, sendo que a melhor qualidade, com o maior contraste possível, deverá ser conseguida com temperaturas entre 33,5 e 36ºC, e com tempo total de processamento (seco a seco) entre 45 e 210 segundos, dependendo do filme e tipo de químicos utilizados.
· A fixação é uma etapa crucial para a boa conservação da película durante o tempo. É nesta fase que se elimina a maior parte da emulsão que não foi impressionada na etapa anterior.
· A lavagem deve ser realizada de uma forma correta pela máquina, pois caso contrário não ocorrerá uma boa secagem do filme na etapa seguinte.
· Na secagem, última fase do processo automático de revelação do filme, ocorre a eliminação de qualquer umidade sobre a película já pronta para o imediato diagnóstico do exame.
Deve ser observado que os produtos químicos utilizados no processamento dos filmes, seja o revelador ou o fixador, devem ser puros e de boa qualidade, pois deles também depende o ótimo resultado final da imagem, em conjunto com as técnicas empregadas para a realização do exame e a correta regulagem das máquinas.
Deduz-se, deste processo completo, que o objetivo de todo radiologista não deve ser apenas uma radiografia "passável", na qual estejam evidentes apenas alterações patológicas óbvias, mas o objetivo deve ser uma imagem ótima, que pode ser avaliada por um padrão definível. Alguns fatores ou variáveis estão relacionados à precisão da reprodução das estruturas e tecidos radiografados no filme ou em outros receptores de imagem, conforme será visto a seguir.



Fatores de exposição da imagem radiográfica:
Os fatores de exposição são quilovoltagem (kVp), miliamperagem (mA) e tempo de exposição (segundos - s), respectivamente representando os controles básicos para contraste, densidade e definição ou ausência de nitidez da imagem:
· A quilovoltagem (kVp) controla basicamente a capacidade de penetração do feixe de raios-X no tecido, e desta forma a escala de contrastes de uma radiografia.
· A miliamperagem (mA) e tempo de exposição (s) geralmente são combinados em uma única unidade denominada de miliamperes-segundo (mAs), como o fator primário que controla a intensidade do feixe de raios-X.
Portanto, o mAs é o fator de controle primário da densidade de uma radiografia. O tempo ou a duração de uma exposição pode ser modificado, em combinação com o mA, a fim de compensar o movimento durante uma exposição, que resultaria em perda de definição, ou ausência de nitidez da imagem. Logo, obter aquela exposição ideal para cada tipo de exame requer uma boa compreensão destas variáveis de exposição, que são ajustadas no painel de controle do equipamento pelo radiologista.

Fatores de qualidade da imagem radiográfica:
Já os fatores de qualidade da imagem são aqueles pelos quais se verifica a qualidade de uma imagem radiográfica, de forma que possam ser avaliados, descritos e usados para produzir aquela radiografia de qualidade ótima, que é o objetivo de todo exame radiológico. São quatro os fatores de qualidade da imagem: densidade, contraste, detalhe e distorção.
· A densidade radiográfica pode ser descrita como o grau de enegrecimento da radiografia concluída. Quanto maior o grau de enegrecimento, maior a densidade radiográfica e menor a quantidade de luz que atravessará a radiografia, quando colocada na frente de um negatoscópio ou de um foco de luz. O fator primário de controle da densidade radiográfica, conforme já foi citado anteriormente, é o ajuste da miliamperagem (mA) em conjunto com o tempo de exposição (s), sendo ambos combinados na variável miliampere-segundo (mAs). Entretanto, o controle de quilovoltagem também contribui para o maior ou menor enegrecimento da imagem, atuando como fator de controle secundário.
· O contraste radiográfico é definido como a diferença de densidade em áreas adjacentes de uma radiografia. Também pode ser definido como a variação de densidade. Quanto menor esta variação ou menor a diferença entre a densidade de áreas adjacentes, menor é o contraste. O objetivo do contraste é tornar mais visíveis os detalhes anatômicos de uma radiografia. O fator de controle primário para o contraste radiográfico é o ajuste correto da quilovoltagem (kVp).
· O detalhe radiográfico, algumas vezes denominado definição, pode ser compreendido como a nitidez das estruturas na radiografia. Esta nitidez nos detalhes da imagem é demonstrada pela clareza de finas linhas estruturais, e pelos limites de tecidos ou estruturas visíveis na imagem radiográfica. A insuficiência de detalhes ou definição é conhecida como borramento da imagem.O maior empecilho para a nitidez da imagem é o movimento relacionado ao posicionamento do objeto. O movimento pode ser voluntário (por exemplo, a respiração), ou involuntário (por exemplo, a contração ou expansão do músculo cardíaco). Uma regra geral para minimizar o borramento da imagem causado por movimentos voluntários é sempre usar dispositivos de suporte quando necessário. E, para minimizar tanto o movimento voluntário quanto o involuntário, a melhor opção é utilizar uma combinação filme-ècran mais rápida, aliada ao menor tempo de exposição possível. Em geral, deve-se utilizar o maior mA e o menor tempo de exposição possíveis, dentro dos limites do equipamento que está sendo usado.
· O quarto e último fator de qualidade da imagem pelo qual se avalia e descreve a qualidade da imagem radiográfica é a distorção, que pode ser definida como a representação errada do tamanho ou do formato do objeto verdadeiro. Os quatro fatores de controle primário da distorção são: distância foco-filme, distância objeto-filme, alinhamento do objeto e por último a correta centralização do raio central. Todos estes fatores, quando não observados, geram uma distorção do tamanho e formato reais do objeto que está sendo radiografado, devido principalmente ao errôneo ângulo de incidência do feixe de raios-X sobre o objeto.


KV E O mAs
KV determina o contraste. O contraste é responsável pela imagem preta e branca na radiografia, muito contraste significa uma imagem preta, chamada popularmente de “queimada”, e pouco contraste significa uma imagem branca;

mAs é responsável pela densidade. Densidade é aquela imagem referente ao contorno da estrutura do osso, ou seja, numa imagem de um RX de uma perna, o contorno que aparece como sendo dos músculos e tudo o que não for osso, significa que houve pouca densidade. A densidade é responsável pela eliminação de partes moles, portanto, se o técnico quiser produzir uma imagem óssea com bastante detalhe e qualidade, deve colocar mais mAs e menos KV. O mAs é resultado da multiplicação do valor colocado no comando (a mA), pelo valor colocado no comando do S (tempo). Se o botão do mA estiver no 200 e o botão do S no 0,25 segundos, o mAs será igual a 50, se colocar o mA no 500 e o tempo no 0,10, também terei 50 mAs. Esse método é usado para diminuir o borramento da imagem, ou seja, a imagem não sai tremida. O principio dessa técnica é diminuir o tempo sem alterar o valor do mAs, pois quando maior o tempo mais chance o paciente tem para se mexer durante a produção da imagem.
Quando o exame é designado para partes moles – tudo o que não for osso – usa-se pouco mAs e muito KV, e quando a imagem ideal é a do osso, usa-se pouco KV e muito mAs. Alguns físicos defendem que o muito uso do mAs, gera uma forte radiação ao paciente. É verdade que a quantidade aumenta, mAs nada de tão exagerado a ponto de prejudicar a saúde do paciente, e a qualidade de imagem é compensadora.
Ao contrário do que alguns afirmam, a maneira de descobrir a quantidade de KV a ser colocada, é descoberta por uma ciência, a matemática. Para o cálculo do KV é usada a fórmula KV = (e. x 2) + K, onde, e = espessura e K = constante. A espessura é medida através do espessômetro, que deve ser posicionado no ponto onde entra o RC. O K significa a constante, que é determinada por um conjunto de equipamento e acessórios de uma sala de RX, que compreende a capacidade da ampola, a velocidade do écran, a DFoFi , o tipo da grade, a variação da voltagem do aparelho, a temperatura e o tempo da processadora e a marca do filme. A constante é extraída através da fórmula K = KV – (e x 2). Essa fórmula será mais discutida a frente. Então teremos para RX de tornozelo com espessura = 9 cm. e K = 25, o exemplo:

KV = (e x 2) + K
KV = (10 x 2) + 25
KV = 20 + 25
KV = 45
O mAs é calculado através de outras fórmulas, cada uma a ser empregada de acordo com a região. Para descobrir o mAs de exames ortopédicos referentes a extremidades – regiões situadas nas pontas dos membros. A saber: MMSS: Falanges, mão, punho, antebraço e cotovelo. MMII: Ante-pé, pé, tornozelo e perna, feitos sem bucky. Deve-se usar o valor do KV dividindo por três, explo.: mAs = KV/3. Para descobrir o valor do mAs para essas extremidades, incluindo o joelho, o crânio, o Hemi tórax, o ombro, o úmero, a clavícula, esterno e fêmur, usa-se o valor do KV dividindo-o por dois, então temos: mAs = KV/2. No exemplo acima teremos:
mAs = KV
3

mAs = 45 mAs = 15
3

Para descobrir o mAs de exames de regiões mais específicas como o tórax, as colunas e o abdome, usa-se outra fórmula:
mAs = KV x CM



C.M (Coeficiente Miliamperimétrico) é um valor pré determinado usado para determinar o mAs. Os seus valores são:
·  Abdome = 0,70; ( ou multiplicar a espessura por 02 )
·  Colunas = 0,80; ( ou multiplicar a espessura por 04 )
·  Tórax = 0,15. ( Ou dividir a espessura por 02 , utilizando o KV com a K normal )

Então em um exame de coluna lombar, com um paciente com espessura de 25 cm. e uma constante igual a 30 o cálculo total fica:
KV = (e x 20 )+ K mAs = KV x CM
KV = (25 x 2) + 30 mAs = 80 x 0,80
KV = 50 + 30 mAs = 64
KV = 80 . . .

Essa fórmula foi elaborada para distância igual a 1 metro, mAs no exame de tórax, usamos a distância igual a 1,80m.
Quando afastamos a ampola, perdemos potência no aparelho. Esse fenômeno pode ser explicado se comparado a um carro encostado na parede com o farol ligado, quando ele começa a dar ré, a luz vai enfraquecendo, e a forma de manter a mesma intensidade de luz é aumentando a sua potência. O mesmo acontece com o KV. A cada 10 cm. que a ampola é afastada, deve-se aumentar 4 KV, então para o tórax aumenta-se 32 KV. Quando se abaixa a ampola, o efeito é ao contrário, fazendo com que o KV seja diminuído, na mesma proporção, a cada 10 cm. deve-se abaixar 4KV.

80KV = 8 x 4 KV que
devo aumentar = 32 KV
10cm.


Então para o RX de tórax de um paciente com 20 cm. de espessura e com uma constante de sala igual a 25, devo fazer o seguinte cálculo:

KV = (e x 2) + K mAs = KV x CM
KV = 50 + 25 mAs = 107 X 0,015
KV = 75 + DFoFi (80 cm. a mais) mAs = 1,60
KV = 75 + 32
KV = 107

Todo o tórax deve ser feito no mínimo usando a mA 300.O mAs em alguns aparelhos o tempo começa com 0,02 s., resultando 6 mAs. No caso acima não consigo empregar o mAs obtido - o tempo muda de aparelho para aparelho, juntamente com a valor do mAs e do KV. Para isso uso a regra descrita a seguir:
·  Para cada 10 KV que aumento, devo dividir o mAs por dois, e
·  Para cada 10 KV que diminuo, devo dobrar o mAs.
Então para o mAs do tórax citado acima, basta ir usando a regra até atingir o valor de 6 mAs:
KV
mAs
107
1,60
97
3,20
87
6,40

O mesmo é válido para situações similares para outras partes do corpo, em que o aparelho não proporcionar o uso correto da técnica.
Essa técnica pode também ser usada para melhorar a qualidade da imagem já que aumentando o mAs, elimina-se as partes moles, obtendo-se mais detalhe do osso.

É necessário prestar atenção na distância real da ampola em relação ao filme. O ponto referente a um metro no marcador de distância da ampola, geralmente está relacionado a DFoFi da ampola à grade, portanto quando o chassi fica em cima da mesa, a distância é reduzida geralmente em 1 metro. Nesse caso é necessário aumentar a distância em aproximadamente 10 cm, para compensar.
O ponto correto de medição da ampola é a aproximadamente 4 cm. acima da sua parte redonda lateral. Deste local mede-se um metro até a grade, ou até a mesa.

A constante é o valor mais difícil de descobrir. O seu valor depende de adequar os valores obtidos pedidos na sua fórmula de cálculo. A fórmula é:

K = KV – (e x 2)
Deve-se conferir:
1. 1. Se o valor do KV está correto;
2. 2. Se o valor do mAs está dentro da relação KV/mAs usada nas fórmula apresentadas acima. Ex.: Em um exame de mão foi usado 41 KV com 5 mAs. A mão é feita sem bucky, portanto extraído o KV, deve-se dividir por 3 e achar o valor do mAs, e 41 dividido por 3, obviamente não é 5. Neste caso deve-se adequar a fórmula aos padrões corretos, o método a ser usado será explicado a frente;
3. 3. Se a DFoFi está correta. No exemplo acima a ampola pode estar a 90 cm. de distância do chassi, sendo necessário adequar as nossas normas, aumentando a distância e adicionando 4 KV;
4. 4. Se a espessura do paciente está correta.
A maneira mais simples de descobrir a constante é extraindo-a de um exame de coluna lombar em decúbito.
Pacientes idosos, principalmente mulheres, são propensos a terem osteoporose, nesse caso deve-se levar em consideração a perda de cálcio nos ossos, o que faz com a radiografia saia escura. Para evitar que o exame seja repetido, deve-se abaixar a técnica em aproximadamente 5% do valor do KV. O mesmo é indicado para pacientes orientais, devido a característica de sua raça. Em pacientes de cor, segue-se o contrário. O fenômeno não tem nada haver com a pigmentação da pele e sim com a característica de raça, por serem mais musculosos. Deve-se aumentar a técnica em 5 KV.

Em paciente com gesso, deve-se aumentar em média 10 KV, devido a densidade acrescentada pelo gesso. Vale a pena observar se o gesso envolve todo o local a ser radiografado, ou se é só em partes. Explo.: Em um Raios-X de tornozelo, a parte posterior normalmente está com gesso, a anterior não.

Radiografias com o cilindro de extensão, deve-se aumentar de 6 a 8 KV, mAs só se o cilindro estiver encostado na parte a ser radiografada. O cilindro alinha os raios, evitando a radiação dispersa, diminuindo a intensidade.
De uma radiografia com grade para outra sem grade, diminuir 8 a 10 KV, e vice-versa. A grade tem uma espessura que requer mais técnica.

Efeito Anôdico: Apesar de se chamar efeito anôdico, o que prevalece é o cátodo. Quanto mais a estrutura estiver próxima ao cátodo, mais concentrado estará a atenuação dos Raios-X, fazendo com tenha mais penetração no seu lado. A diferença entre um lado e outro é grande, chegando em quase 50% de diferença, por isso o efeito deve ser usado em exames que a estrutura a ser examinada tenha o formato cuneiforme - comece fino e termine grosso –. O cátodo fica sempre no lado do comando do aparelho, e geralmente é identificado com o sinal negativo (-) na saída dos fios na ampola. O anodo fica na direção da estativa e é identificado com o sinal positivo (+) também na saída dos fios da ampola. Portanto, quando o exame for de qualquer coluna, o paciente deve sempre ficar com a cabeça em direção do anodo (na estativa) e os pés no lado do cátodo (no comando), e quando o exame for de quadril, perna pé, o paciente deve ser posicionado ao contrário, de modo que a parte mais densa fique sempre no lado do cátodo.

Magnificação: É a ampliação - Quanto mais próximo da ampola estiver a estrutura, mais ampliada ela se apresenta. Esse efeito pode ser comparado ao efeito da luz. Imagine que sua mão está sendo projetada em uma parede através de uma lanterna, gerando uma sombra. Quando você aproxima a sua mão no foco gerador de luz (da lanterna), a imagem projetada da sombra aumenta de tamanho. O mesmo acontece com os Raios-X;
Para incidência de Arcos Costais, deve-se usar a mA 100, com o tempo longo, em aproximadamente 1,5s.. Para essa imagem o mAs será aumentado e o KV diminuído. Essa técnica destacará a parte óssea do tórax, deixando as partes moles sem evidência.

Para técnica em urografia, deve-se dobrar o mAs e diminuir 10 KVs, afim de se obter uma melhor imagem do rim. Como o exame estuda a possibilidade de litíase renal, que pode apresentar-se com um tamanho bem inferior, chegando a menos de um milímetro, é preciso de mais detalhe para osso e de eliminar qualquer estrutura que sobreponha os rins, afinal os cálculos renais são calcificados.
Afim de se obter dois filmes com a mesma imagem, gerada através de uma só incidência, é um só disparo de Raios-X, coloca-se dois filmes em um só chassi. Depois de revelados, verifica-se que a imagem dos dois são quase iguais, pois um é um pouco mais claro do que o outro devido a redução da luz produzida pelo écran;
O filtro de compensação é uma cunha de alumínio, onde projeta-se a parte maior para a parte mais fina da estrutura, e a menor para a parte mais grossa, afim de se obter uma igualdade da estrutura. O filtro deve ser colado na ampola. Pode ser feito de papel alumínio de cozinha, dobrando-o várias vezes, de modo que vire um bloco espesso. Dobra-se outro pedaço de papel produzindo outro bloco, só que um menos espesso do que o anterior. Dobra-se outro menos espesso ainda, e assim sucessivamente até chegar ao ponto zero. Junta-se todos os blocos, do menor ao maior, formando-se uma “escada”. Forra-se todos os blocos com papel cartão e depois com papel contact, assim terá o formado desejado.
Pode-se produzir cópias de um filme já radiografado. Para isso basta colocar dentro do chassi, no lado onde não vai radiação, um filme totalmente velado e revelado (preto), depois outro filme, por cima deste, virgem, e por último o filme a ser copiado. Depois de fechado, o chassi é levado a mesa de Raios-X e irradiado com uma técnica de mão. Revelado a imagem copiada estará no positivo, ou seja, fundo branco e imagem preta, ao contrário do original, de fundo preto e imagem branca.
A técnica pode variar de parelho a aparelho, podendo ser alterada para mais ou menos.

6 comentários:

  1. Respostas
    1. nããããããooooo é demais coiiiisa nenhuma porque eu não gosteiii,, então se eu não gostei, o mundo inteiriinho tem que concordar comigo atéé os de outros países;;; nossa olha que previlégioo.. pessoas concordadr comigo por obrigação eu sou eu posso e eu faço acontecê wkjhgddbw vclsvnf,md nbn i cant' play the paradise it will rain are car first little girl boyfriend loved

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  2. Boom aqui não tem o que eu peço porque.. eu quero saber se em uma radiografia o que a parte branca da imagem representa? e parte preta?...E isto não está informando neste site,portanto vou procurar esta informação em outro site, porque este site não me ajudou em nada.

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  3. Parabéns!!
    Excelente material!!
    Foi muito clara, dentre outros, na explicação da qualidade da imagem!
    Muito grata!

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  4. quais são as proporções desse fator de grade,e o que ele representando regime radiográfico?exemplifique

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